segunda-feira, 8 de março de 2010

REPORTAGEM NO SITE DE ADR COHIM.


Coluna do Poder



EntreLinhas: Adriana Régis.





Adriana Régis é aquilo que costumamos chamar de ‘mulher com repertório’ e em uma única existência faz [e entende de] moda de uma forma que muitas pessoas precisariam de algumas vidas para fazer. Aquela segurança diante do que se diz, se pensa e se idealiza, típica de altos formadores de opinião, tão entendidos e estudados, só que sem falsas hipocrisias, é exatamente o que há em cada palavra sua. Ela simplesmente não esconde suas convicções.



Sua paixão por revistas de moda e comportamento chega a ser absurda, nas viagens são malas exclusivas para elas, já em casa, um quarto destinado as suas leituras e coleções. Como boa baiana, adora o alto verão e aquela linda vista do mar do Rio Vermelho, bairro boêmio de Salvador, comendo um acarajé tradicional da cidade.

E mais, a moça tem lançado tendência quando o assunto é customização luxuosa, no show da Ivete Sangalo com a Beyoncé, só deu ela, no Carnaval de Salvador? Idem. Seus planos para o futuro prometem trepidar a moda e o mercado. Dá para acreditar que estamos falando de uma pessoa só?

O bacana de conversar com Adriana é que em nenhum momento ela esconde suas inspirações e aspirações. Seus pés são fincados no chão, sabe da importância comercial das suas peças e a esfera em que executa sua produção, é como ela: atraente e instigante. E que fique bem claro, cor é tudo o que move a vida da Adriana Régis, em todos os sentidos, literalmente.

Nosso bate-papo ocorre na sede da loja Thereza Priore, na Vila Santa, numa sexta-feira, por volta do meio dia, aliás, naquele dia em que baianos sagrados e profanos costumam se vestir de branco, ela estava ali altamente colorida, usando um vestido vermelho com detalhes multicoloridos e com um humor e uma simpatia verdadeira, que desafia até o sol, ela abriu as portas para nos receber, e aquilo que era pra ser uma entrevista rápida e formal, se tornou uma conversa informal, cheia de pausas, risos e participações.


Tamyr Mota: Quando resolveu entrar na esfera da moda?

Adriana Régis: Tive a idéia de movimentar minha casa com diversos bazares, e deu tão certo que eles começaram a ocorrer com uma periodicidade curta, chegou um momento que de 15 em 15 dias eles ocorriam, começou com amigas, depois com amigas das minhas amigas e assim por diante. Até que não dava mais, devido ao movimento no prédio em que eu morava, por uma questão de segurança, parei. Decidi que abriria um show room, onde eu pudesse atender minhas clientes em horários vagos...

Tamyr Mota: E você atuava na área de Direito...

Adriana Régis: Exatamente, pensei em atender minhas clientes em horários de almoço, ou no final da tarde quando saia do trabalho. Eu trabalhava na AGERBA, onde fui Procuradora por 4 anos. Quando achei um lugar legal em Ondina e comecei. E ali abandonei a carreira de Procuradora e me entreguei à moda integralmente. O jornalista Roberto Pires na época fez uma matéria no Jornal A Tarde, onde fazia ligações do meu trabalho com o Emilio Pucci, isso me deu uma imensa projeção, ele me chamou de ‘Princesa da Estampa’, a partir dali, meu leque de clientes ficou ainda maior.

Tamyr Mota: Sempre gostou de trabalhar com muitas cores...

Adriana Régis: Sempre. Cores e muita malha, de uma forma exagerada mesmo. Sempre tive um trabalho inspirado pelo Dudu Bertholini [da grife Neon], não gosto de usar pouco tecido, pouca malha. Meu trabalho precisa ser cheio de malha e de cores, é a minha identidade.

Tamyr Mota: E a idéia da Villa Santa? Quando surgiu?

Adriana Régis: Quando estava atendendo nesse show room em Ondina, percebi que queria um lugar onde pudéssemos reunir roupas, acessórios, jóias. Ou seja, todo esse conceito de beleza unido, e aqui abri a Thereza Priore. Mas que já tem data para fechar, ficamos aqui somente até Julho, nossos projetos a partir de então englobam uma empresa de produções ligadas à moda, customização, acessórios, eventos e etc, um mix totalmente diferenciado.

Tamyr Mota: Quanto a essa customização luxuosa e disputada que você faz, muita gente bacana tem gostado...

Adriana Régis: É, isso é maravilhoso, porque temos um serviço premium, de muita qualidade. A Diana Bottó e eu fomos parceiras nisso e juntas fizemos o show da Beyoncé, fizemos também para convidados vip’s que estavam hospedados no Hotel Deville, onde a Beyoncé também ficou hospedada. Fugimos daquele estilo de cortes e fitinhas, temos tecnologia chinesa, que nos permite muita criatividade. Fizemos o Concept Hotel Mercure com o Glamurama no Carnaval, o Camarote do Reino, o Camarote de Ondina, a produção da Astrid Fontenelle e do seu filho para o baile infantil do Camarote de Daniela Mercury, dentre tantos mais.

Tamyr Mota: Conta do novo projeto, quando você fechar a Thereza Priore aqui em Julho...

Adriana Régis: Estamos em fase de estudos e planejamento ainda, mas atuaremos com projetos promocionais, buscando sempre um contato direto e segmentado com o cliente, para entender o que ele precisa e suprir isso de uma forma única. Seja em um evento, ou com um close especial que vai dá as mulheres tudo que elas precisam, seja para o trabalho ou para uma festa.

Tamyr Mota: Enxerga uma grande importância nas Semanas de Moda da Bahia?

Adriana Régis: Sinceramente não vejo grande importância nesses eventos. Além se serem super repetitivos, sem mudanças, tudo o que vimos nas passarelas, já vimos nas lojas e nas revistas, não há novidades. Eu por exemplo, adoro ver o desfile do Carlos Rodeiro [joalheiro], é um dos poucos que sabe fazer diferente.

Tamyr Mota: Um ícone fashion, um ícone cultural, uma inspiração e um homem elegante?

Adriana Régis: Respectivamente: Dudu Bertholini, Constanza Pascolatto. Stella MCcartney e Tom Ford.

Tamyr Mota: Poder é...

Adriana Régis: Quando a gente amadurece descobre que Poder é ter segurança diante do que se faz. Sinto-me poderosa por manter com consistência uma vida de qualidade, trabalhando com diferencial, mantendo meu negócio bem. O lado material de tudo é importante, mas não é um Poder.

* Fotos e agradecimento especial: Thiago Peralva.